sábado, 19 de julho de 2014

"Procurando Elly" - Golshifteh Farahani

Foleando algumas revistas que tenho em casa, me deparo com uma matéria sobre o filme "Procurando Elly"!
Para quem não sabe, o longa em questão conta com a participação de Golshifteh Farahani, atual namorada de Louis.
À quem interessar, disponibilizei uma scan da revista, mas como as letras ficaram muito pequenas, logo abaixo da imagem vocês poderão ler mais claramente. 

O texto fala um pouco sobre o enredo do longa e de como "Procurando Elly" quebrou com a ideia estereotipada de "filme iraniano" que normalmente possuímos. 



(Revista Língua - Outubro/2010)


                                       Suspense à iraniana

    Engana-se quem considera que o uso de determinadas soluções narrativas , associadas ao cinema industrial , seja exclusividade de Hollywood. Em quase todos os gêneros, pode-se identificar bons casos de domínio dos procedimentos de roteirização vindos de diversos países.
    O suspense Procurando Elly, por exemplo, talvez surpreenda os que consideram equivocadamente que as dezenas de longas-metragem produzidas todo ano no Irã correspondam ao esteriótipo de "filme iraniano" difundida no Brasil a partir da pequena amostragem lançada por aqui, sobretudo na década de 1990.
      No quarto filme de Asghar Farhadi , premiado com o Urso de Prata de melhor direção no Festival de Berlim em 2009, o cenário é o da classe média urbana em ascensão, com escolaridade superior. Assim, o argumento emprega situações familiares a muitas sociedades, temperadas por particularidades da cultura local.
    Um grupo de ex-amigos de escola, quase todos casados e com filhos, viaja de Teerã até o litoral do mar Cáspio para passar o fim de semana em casa alugada. Ao chegar eles descobrem que precisam encontrar outro imóvel. A responsável pela pequena confusão é a faz-tudo da turma (Golshifteh Farahani, de Rede de Mentiras).
    Foi ela também quem convidou para o passeio a professora da filha (Taraneh Alidoosti) com o objetivo secreto de apresentá-la a um amigo recém-separado (Shahab Hosseini). Tudo conspira para um agradável reencontro entre amigos, talvez até com um novo romance a caminho, mas quase nada sai de acordo com os planos. 
    A resistência psicológica do grupo e a firmeza de suas convicções morais serão colocadas à prova, em trama angustiante que deixa o expectador na mesma situação dos personagens: ninguém sabe direito o que está ocorrendo, mas todos são tentados, mesmo assim, a julgar o comportamento dos envolvidos.
   A habilidade de Farhadi está em combinar a tradição do suspense, um dos gêneros mais populares do cinema, com referências as dogmas religiosos da sociedade iraniana. Sua história fica internacional, mas sem deixar de ser local. 

Entrevista retirada da "Revista Língua" de Outubro de 2010.



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Lembrando que semana passada (10/07) foi o aniversário da belíssima e talentosa Golshifteh Farahani , que completou 31 anos.






Au revoir!

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